Escrevi esse texto há uns 4 anos. Estou postando em comemoração aos 10 anos do Bolsa Família.
Recentemente
tenho acompanhado melhor o processo eleitoral pela “corrida pela presidência”.
Confesso que
fiquei um pouco cansada e não entendia muito bem por que.
Debrucei
sobre esse cansaço, perguntando-me por que esse assunto não estava me
interessando tanto, enquanto tantas pessoas debatem sem parar a questão. Tive
um estalo: não tenho muito interesse por números - deve ser culpa da minha
professora de matemática, quem insistentemente fazia parecer que aqueles que
não entendiam as equações de 4° grau eram burros. Acreditei piamente nisso.
Felizmente
aprendi com o Rubem Alves que a inteligência só guarda aquilo que interessa ao
corpo. Que aquilo que aprendemos por imposição não carregamos para sempre.
Simplesmente apagamos da memória. Aceitei minha dificuldade com a matemática.
A culpa não é
da professora. A verdade é essa: não gosto muito de números. Para mim, não
significam muita coisa... talvez minha idade, meu peso, minha conta bancária
negativa... Não me interessa quanto subiu a bolsa enquanto o Lula era
presidente, quanto o país subiu ou desceu durante seu mandato, quanto cada
setor da economia cresceu ou decresceu, quanto foi a inflação do período
considerada com o mesmo período do ano interior. Tudo isso é muito confuso.
Não! Números, definitivamente, não me agradam.
O que
interessa ao meu corpo é a alegria. Essa sim me faz vibrar. Vibro com a alegria
das crianças, com a vida simples do campo, com o amor inocente daqueles que
amam o Brasil simplesmente porque aqui nasceram.
Fico feliz de
saber que o sertanejo ficará lá, no sertão, fazendo coisas que sertanejos
gostam de fazer, porque as oportunidades chegaram para ele também.
Alegra-me
saber que as crianças podem ir para a escola, não precisam mais trabalhar,
porque a comida nas suas casas está garantida.
Vibra o meu
coração em saber que os antes chamados “pobres”, aqueles que assim são
classificados porque não têm dinheiro, agora podem comprar coisas que têm
vontade de comprar.
Transborda
meu coração quando ouço dizer que pessoas dantes desempregadas, ansiosas por
sentirem-se úteis, agora têm para onde ir ao levantarem-se pela manhã. Ainda
que tenham que levantar-se de madrugada.
Outras
memórias também me trazem alegrias: jovens com perspectiva, pessoas trabalhando
duro para crescerem na vida, humanos sendo solidários, pessoas sentindo-se mais
dignas...
Outro dia eu
estava ouvindo no rádio a Miriam Leitão e o Sardenberg comentarem que não
entendiam o por que do setor de papelaria/livraria haver sido o que mais
cresceu em julho, sendo que é o período das férias.
Coitados...
eles só enxergam números! E os números não lêem, não adquirem conhecimento, não
querem crescer, não falam... Os jornalistas não perceberam que não foi o setor
que cresceu, foram as pessoas que leram mais, que aprenderam mais, que
cresceram mais!
As minhas
alegrias têm alguma relação com o processo eleitoral mesmo não estando relacionadas
com os tais números? Se a sua resposta for não, a minha será: Não importa:
sinto-me parte desse processo, pelo simples fato de que eu SOU BRASILEIRA, COM
MUITO ORGULHO, COM MUITO AMOR.
Obrigada,
presidente, por haver contribuído para aumentar meus motivos de alegria...
Daniela Leão
Siqueira
Exemplo de Civilidade e Democracia.
ResponderExcluirAdorei!!
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