sábado, 2 de novembro de 2013

Obrigada pelo Bolsa Família



Escrevi esse texto há uns 4 anos. Estou postando em comemoração aos 10 anos do Bolsa Família.


Recentemente tenho acompanhado melhor o processo eleitoral pela “corrida pela presidência”.


Confesso que fiquei um pouco cansada e não entendia muito bem por que.


Debrucei sobre esse cansaço, perguntando-me por que esse assunto não estava me interessando tanto, enquanto tantas pessoas debatem sem parar a questão. Tive um estalo: não tenho muito interesse por números - deve ser culpa da minha professora de matemática, quem insistentemente fazia parecer que aqueles que não entendiam as equações de 4° grau eram burros. Acreditei piamente nisso.


Felizmente aprendi com o Rubem Alves que a inteligência só guarda aquilo que interessa ao corpo. Que aquilo que aprendemos por imposição não carregamos para sempre. Simplesmente apagamos da memória. Aceitei minha dificuldade com a matemática.


A culpa não é da professora. A verdade é essa: não gosto muito de números. Para mim, não significam muita coisa... talvez minha idade, meu peso, minha conta bancária negativa... Não me interessa quanto subiu a bolsa enquanto o Lula era presidente, quanto o país subiu ou desceu durante seu mandato, quanto cada setor da economia cresceu ou decresceu, quanto foi a inflação do período considerada com o mesmo período do ano interior. Tudo isso é muito confuso. Não! Números, definitivamente, não me agradam.


O que interessa ao meu corpo é a alegria. Essa sim me faz vibrar. Vibro com a alegria das crianças, com a vida simples do campo, com o amor inocente daqueles que amam o Brasil simplesmente porque aqui nasceram.


Fico feliz de saber que o sertanejo ficará lá, no sertão, fazendo coisas que sertanejos gostam de fazer, porque as oportunidades chegaram para ele também.


Alegra-me saber que as crianças podem ir para a escola, não precisam mais trabalhar, porque a comida nas suas casas está garantida.


Vibra o meu coração em saber que os antes chamados “pobres”, aqueles que assim são classificados porque não têm dinheiro, agora podem comprar coisas que têm vontade de comprar.


Transborda meu coração quando ouço dizer que pessoas dantes desempregadas, ansiosas por sentirem-se úteis, agora têm para onde ir ao levantarem-se pela manhã. Ainda que tenham que levantar-se de madrugada.


Outras memórias também me trazem alegrias: jovens com perspectiva, pessoas trabalhando duro para crescerem na vida, humanos sendo solidários, pessoas sentindo-se mais dignas...


Outro dia eu estava ouvindo no rádio a Miriam Leitão e o Sardenberg comentarem que não entendiam o por que do setor de papelaria/livraria haver sido o que mais cresceu em julho, sendo que é o período das férias.


Coitados... eles só enxergam números! E os números não lêem, não adquirem conhecimento, não querem crescer, não falam... Os jornalistas não perceberam que não foi o setor que cresceu, foram as pessoas que leram mais, que aprenderam mais, que cresceram mais!


As minhas alegrias têm alguma relação com o processo eleitoral mesmo não estando relacionadas com os tais números? Se a sua resposta for não, a minha será: Não importa: sinto-me parte desse processo, pelo simples fato de que eu SOU BRASILEIRA, COM MUITO ORGULHO, COM MUITO AMOR.



Obrigada, presidente, por haver contribuído para aumentar meus motivos de alegria...


Daniela Leão Siqueira



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